Ressaltamos que duas iniciativas anteriores foram precursores do Afro-asiáticos: o Instituto Brasileiro de Estudos Afro-asiáticos, que era ligado ao Itamaraty e onde o professor Candido Mendes exercia a função de Chefe da Assessoria Internacional da Presidência de Jânio Quadros, Instituto que é desmobilizado em 1964 e, em 1966 a criação a Sociedade Africana de Cultura, atividade com a qual José Maria esteve diretamente envolvido, atividade que em entrevista, ele definiu como uma grande frente do movimento negro com o movimento africano. Entretanto, a sociedade africana de cultura não teve longa vida.
Com o Centro de Documentação Africana, Candido Mendes revivia no ambiente acadêmico a experiência do Instituto Brasileiro de Estudos Afro-asiáticos, e José Maria dava sequência a suas duas paixões: os livros e a África. O Centro iniciou suas atividades em 1973, como um espaço de sistematização de documentação que oferecia cursos de formação sobre a África/ história da África, era o lugar onde estudantes e militantes iam para conhecer e saber o que estava acontecendo na África.
Porém, ressaltamos que para além do propósito de reunir informações e documentação, o Afro-asiáticos nasce com a vocação de colaborar com processos de cooperação internacional e com o estreitamento de laços diplomáticos entre o Brasil e países Africanos.
Desta forma, destaca-se a relação do Centro com a diplomacia e o segmento político dos países africanos e asiáticos, atuação que se traduz na realização de diversos eventos com autoridades políticas e intelectuais africanos, nos convênios internacionais voltados para a formação de estudantes africanos, e na divulgação de informações e da produção intelectual e política africana para a militância do movimento negro brasileiro.
Texto de: Alexandre de Paiva Rio Camargo e Camila Gonçalves De Mario.
Projeto Moçambique
Propagandas e Intercâmbio editorial na Revista de EAA
A construção do Projeto Moçambique
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Com países africanos e asiáticos
Rua da Assembléia, 10, 3º Andar, Sala 319,
Centro, Rio de Janeiro / RJ • CEP: 20011-901
Este Projeto foi financiado pela FAPERJ, por meio do Edital 29/2021, Apoio aos Programas e Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu do Estado do Rio de Janeiro (Processo E-26/210.966/2021), e do Edital 28/2021, Programa de Apoio a Projetos Temáticos no Rio de Janeiro (Processo E-26/211.317/2021).
Com apoio financeiro da Fundação Ford, consistia, de acordo com a Revista n. 20, de junho de 1991, em: “um projeto que prevê a informatização do banco de dados sobre África do Centro e a concessão de bolsas a estudantes moçambicanos em nível de graduação em ciências sociais”. Previa-se o intercâmbio com o financiamento anual para 5 estudantes moçambicanos realizarem a graduação em Ciências Sociais no IFCS-UFRJ e, desde março de 1991, os primeiros estudantes já frequentavam a graduação.
Observa-se, com isso, uma articulação entre o Centro, a Fundação Ford e o IFCS em torno do projeto, gerando mobilização nas três frentes em torno da publicidade dos acervos do CEAA, a capacitação de estudantes moçambicanos e conexões institucionais internacionais para o IFCSUFRJ.