CEAA 50 Anos

A História do Centro de Estudos Afro-Asiáticos

À luz de um contexto anticolonial e um ambiente de maior integração entre os países do chamado “Terceiro Mundo”, a partir da Conferência de Bandung, o Centro de Estudos Afro-Asiáticos (CEAA) surge como uma das iniciativas mais ousadas e bem-sucedidas do campo político e acadêmico daquele período.

Fundado em 1973 na Universidade Candido Mendes (à época, um conjunto universitário), o CEAA nasceu como uma continuidade direta do Instituto Brasileiro de Estudos Afro-Asiáticos (IBEAA), que havia sido criado no curto governo Jânio Quadros, junto à presidência da República. Cândido Mendes, então chefe da Assessoria Internacional da Presidência, foi um dos seus principais mentores e Eduardo Portela seu primeiro diretor.

O IBEAA elaborou projetos para a Política Externa Independente, inaugurada por Quadros, no que se referia à política externa brasileira para os novos países independentes da África.

Com a instauração do regime militar, em 1964, o IBEAA logo foi desativado.

Candido Mendes retomou o projeto em 1973 e nomeou José Maria Nunes Pereira, seu assistente no curso de Sociologia Africana na PUC-Rio, como vice-diretor do CEAA. Do encontro repleto de afinidades entre estas duas figuras, o mecenas intelectual e cosmopolita e o africanista dedicado, militante e generalista, surgiu, no auge da ditadura militar, aquele que se tornaria um dos mais importantes espaços de produção e circulação de ideias sobre África e diáspora do país, ao longo de seus 43 anos de existência.

Sua longevidade é resultado das diferentes frentes assumidas ao longo do tempo, de modo que o CEAA soube se reinventar e se aperfeiçoar nos diversos contextos econômicos, políticos e intelectuais que atravessou.

Texto de: Alexandre de Paiva Rio Camargo; Camila Gonçalves De Mario; Gabriel Delphino; Marianne da Silva Rocha; Thiago Campos da Silva.

Linha do Tempo CEAA

1961

1964

1973

1974

1975

1976

1977

1978

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1991

1992

1994

1996

1998

2001

2002

2004

2008

2016

Pesquisadores e Colaboradores

Helena Theodoro

Foi Membro da SECNEB (Sociedade de estudo da Cultura Negra no Brasil) junto com outras lideranças e intelectuais brasileiras como Lélia Gonzalez.

Joel Rufino dos Santos

Historiador e doutor em comunicação (UFRJ). Foi um dos escritores do História Nova do Brasil (1963), presidente da Fundação Palmares entre os anos de 1994 e 1996.

Paulo Roberto dos Santos

Professor de Literatura e histórico militante do movimento negro, itegrou o “Grupo Afro-Brasileiro” do CEAA na década de 1970, sendo figura ativa nos “Encontros aos Sábados”.

Denise Ferreira da Silva

Formada em sociologia pela UFRJ, Denise é uma artista visual e atualmente é professora na Universidade da Colúmbia Britânica, onde também coordena o Social Justice Institute.

Márcia Lima

Atual titular da secretaria de Políticas de Ações Afirmativas e combate e superação do racismo do Ministério da Igualdade racial na gestão Lula (2023-), ela é socióloga e professora da USP.

Maria Aparecida Silva Bento

Psicóloga, fundadora e diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), que atua na redução das desigualdades raciais e de gênero.

Nelson do Valle Silva

Economista e sociólogo, Nelson é um demógrafo que trabalhou no IBGE até o ano de 1980.

José Jorge Siqueira

Historiador, foi professor associado ao CEAA entre 1982-1986.

Ana Senna

Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT/MCTI).

Roquinaldo Ferreira

Historiador da escravidão, doutor pela University of California at Los Angeles, país onde está estabelecido como professor universitário

João Luís Ribeiro Fragoso

Formado em História Social com doutorado em História Social UFF. Desde 2005 é professor titular da UFRJ.

Victor Vockerodt

Sul-africano, foi um dos pesquisadores estrangeiros do Afro no final da década de 1970.

Marcelo Bittencourt

Doutor em história social, especialista em África, é atualmente professor da UFF.

Edson Borges

Doutor em história pela UFRJ, é atualmente professor da UNILAB-Ceará.

Amauri Mendes Pereira

Fundador do SINBA (Sociedade de Intercâmbio África-Brasil), do MNU (Movimento Negro Unificado) e presidente do IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras).

Peter Fry

Antropólogo brasileiro, professor aposentado da UFRJ nascido na Inglaterra.

Militantes do Movimento Negro

Beatriz do Nascimento

Historiadora e roteirista, fundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF).

José Ricardo d’Almeida

Como graduando em ciências sociais no IFCS foi um dos primeiros integrantes das reuniões que aconteciam nos anos iniciais do Afro em Ipanema.

Yedo Ferreira

Reconhecido como militante histórico do Movimento social negro, era um militante do PCB que durante o curso de matemática na UFRJ conheceu Zé Maria e a militância negra.

Dirigentes

José Maria Nunes Pereira

Sociólogo e criador do Centro de Estudos Afro-asiáticos em 1973. Professor Titular da Universidade Cândido Mendes e realizava a dupla função de lecionar para alunos e militantes do movimento social negro.

Livio Sansone

Antropólogo, professor da UFBA, onde é pesquisador do Centro de Estudos Afro-orientais (CEAO). Foi diretor do CEAA durante os anos de 1996 e 2000, sendo o criador do projeto Fábrica de Ideias em 1999.

Beluce Bellucci

Beluce Bellucci, Doutor em história econômica pela USP; licenciado em desenvolvimento econômico e social pela Université de Paris 1 – Sorbonne. Na UCAM foi coordenador de África; vice-diretor executivo de CEAA; um dos criadores e primeiro diretor do Instituto de Humanidades, onde se integrou pela primeira vez os estudos africanos como disciplina obrigatória na grade curricular da graduação; foi pró-reitor de graduação e diretor de EaD.

Carlos Hasenbalg

Sociólogo argentino, um dos primeiros a aplicar o uso de métodos quantitativos nas ciências sociais brasileiras e ao assumir a direção do CEAA entre os anos de 1986 e 1991 montou o Laboratório de Pesquisa sobre Desigualdades Raciais de amplitude nacional, cujos arquivos compõem a biblioteca do Afro.

Jacques D’adesky

De origem congo-belga, é economista de formação. Chegou ao CEAA ainda nos anos de 1970 para apoiar a gestão de José Maria dada sua experiência na República Centro-Africana como funcionário da PNUD.

Candido Mendes de Almeida

Doutor em direito, cientista político, educador, polígrafo, membro da Academia Brasileira de Letras (Cadeira 35), terceiro Conde Mendes de Almeida (título criado e conferido pelo Vaticano), e Reitor da Universidade Candido Mendes.

Nanci VALADARES de Carvalho

Doutora em Politics (Áreas: Teoria Política e Relações Internacionais) pela New York University. Foi professora titular do Instituto Universitário Pesquisas do Rio de Janeiro da Universidade Candido Mendes.

Rosana Heringer

Doutora em Sociologia (IUPERJ), é atualmente professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e dos cursos de graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FE/UFRJ). Foi diretora do Centro de Estudos Afro-Brasileiros (CEAB), criado a partir do Programa de Estudos Afro-Brasileiros do CEAA, entre 2002 e 2004.

Osmundo Pinho

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2003). Atualmente é professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, campus de Cachoeira.

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Helena Theodoro

Foi Membro da SECNEB (Sociedade de estudo da Cultura Negra no Brasil) junto com outras lideranças e intelectuais brasileiras como Lélia Gonzalez. É bacharel em direito (UFRJ) e pedagoga (UERJ), possui mestrado nesta última área e doutorado em filosofia (UGF), podendo ser a primeira tese em filosofia africana no Brasil (defendida em 1985). Compôs a equipe do CEAA junto com Jacques D'adesky entre os anos de 1985 e 1986, vindo para o Afro estudar terreiros de candomblé e lecionar no curso de História da África e do Negro no Brasil.

Joel Rufino dos Santos

Historiador e doutor em comunicação (UFRJ). Foi um dos escritores do História Nova do Brasil (1963), presidente da Fundação Palmares entre os anos de 1994 e 1996, cuja gestão tinha como principal norte político a organização das lutas dos povos remanescentes de quilombos frente ao governo federal (foi durante sua gestão que um quilombo recebeu pela primeira vez sua titulação de terras, em 1995 no Pará), ex-preso político e escritor de diversos gêneros literários. Foi professor no curso de História da África e do Negro no Brasil a partir do ano de 1999.

Paulo Roberto dos Santos

Professor de Literatura e histórico militante do movimento negro, itegrou o “Grupo Afro-Brasileiro” do CEAA na década de 1970, sendo figura ativa nos “Encontros aos Sábados”. Além disso, foi pesquisador contratado do CEAA na década de 1980, sendo responsável pelo projeto de pesquisa de “Análise dos estudos africanos e afro-brasileiros e das instituições afro-brasileiras” no Brasil. Presidiu o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) entre 1982-1985.

Denise Ferreira da Silva

Formada em sociologia pela UFRJ, Denise é uma artista visual e atualmente é professora na Universidade da Colúmbia Britânica, onde também coordena o Social Justice Institute. Foi pesquisadora do CEAA ao longo da década de 1980, sendo uma das pesquisadoras que teve sua formação ligada ao Afro.

Márcia Lima

Atual titular da secretaria de Políticas de Ações Afirmativas e combate e superação do racismo do Ministério da Igualdade racial na gestão Lula (2023-), ela é socióloga e professora da USP. Foi pesquisadora do CEAA e orientanda do diretor Carlos Hasenbalg no IUPERJ. Também atuou na equipe editorial da Revista de Estudos Afro-asiáticos na condição de Coordenadora Editorial durante 10 anos, entre 1994 e 2004.

Maria Aparecida Silva Bento

Psicóloga, fundadora e diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), que atua na redução das desigualdades raciais e de gênero no ambiente de trabalho. Recebeu financiamento do Afro para o desenvolvimento de suas pesquisas do mestrado sobre raça e trabalho junto com sindicatos e profissionais em 1986.

Nelson do Valle Silva

Economista e sociólogo, Nelson é um demógrafo que trabalhou no IBGE até o ano de 1980. Sua passagem pelo Afro deu-se em conjunto com Carlos Hasenbalg, na coordenação do Laboratório de Pesquisa sobre Desigualdades Raciais e na organização dos estudos sobre as relações raciais no Brasil. Utilizando técnicas estatísticas para pensar desigualdades sociais, forneceu treinamento computacional aos pesquisadores tanto do Afro, como do IUPERJ. Também colaborou com alguns artigos para a Revista de Estudos Afro-asiáticos.

José Jorge Siqueira

Historiador, foi professor associado ao CEAA entre 1982-1986. Além disso, compôs o corpo docente do curso de Pós-Graduação em História da África e do Negro no Brasil, ministrando disciplinas em 2006.

Ana Senna

Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT/MCTI). Foi a bibliotecária responsável pelo CEAA por 30 anos, entre 1981-2001, e responsável pela biblioteca do Instituto de Humanidades entre 2001-2009. Também foi professora do Curso de Especialização em História da África, ministrando a disciplina de Métodos e Técnicas de Pesquisa em 1998 e 1999. Atualmente é professora no curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades da Informação na FACC/UFRJ.

Roquinaldo Ferreira

Historiador da escravidão, doutor pela University of California at Los Angeles, país onde está estabelecido como professor universitário. Pesquisador do CEAA e professor da UCAM entre os anos de 1993 e 1997.

João Luís Ribeiro Fragoso

Formado em História Social com doutorado em História Social UFF. Desde 2005 é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi pesquisador do Afro entre os anos de 1984 e 1986.

Victor Vockerodt

Sul-africano, foi um dos pesquisadores estrangeiros do Afro no final da década de 1970. Além disso, foi um dos primeiros contratados para a equipe do Afro com recursos provenientes da Fundação Ford. Participou da organização inicial e do levantamento dos clippings de jornais e revistas para a biblioteca do Afro. Também conduziu o projeto de pesquisa “A África do Sul e o problema estratégico do Oceano Índico e da Roda do Cabo”, iniciado em 1978. No mesmo período, integrou a Coordenação Editorial da Revista de Estudos Afro-Asiáticos.

Marcelo Bittencourt Ivair Pinto

Doutor em história social, especialista em África, é atualmente professor da UFF. Marcelo chegou ao Afro no início dos anos 90 como membro da equipe de José Maria. Tornou-se gestor do Projeto Moçambique (1992), do Projeto Angola (1995), onde fez o acompanhamento acadêmico, através do CEAA, de 125 estudantes angolanos no Brasil. Também organizou, em conjunto com Beluce Bellucci, o curso lato sensu de História da África e do Negro no Brasil.

Edson Borges

Doutor em história pela UFRJ, é atualmente professor da UNILAB-Ceará. Entre 1991 e 2012 foi pesquisador do CEAA, ocupando a edição da Revista Estudos Afro-Asiáticos de 2005 à 2011. Também foi professor do Instituto de Humanidades sob a gestão Beluce. Coordenou o Curso de Especialização História da África e do Negro no Brasil no ano de 2006.

Amauri Mendes Pereira

Fundador do SINBA (Sociedade de Intercâmbio África-Brasil), do MNU (Movimento Negro Unificado) e presidente do IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras). Graduado em educação física (UFRJ), mestre em educação (UERJ) e doutor em ciências sociais (UERJ), participou dos encontros aos sábados em Ipanema nas origens do Afro em 1973 (ano de fundação) e especializou-se em História da África e do Negro no Brasil pelo CEAA, curso que também lecionou posteriormente. Foi colaborador e consultor ad-hoc, no início dos anos 2000 e em 2012, respectivamente. Atualmente é professora da UFRRJ.

Peter Fry

Antropólogo brasileiro, professor aposentado da UFRJ nascido na Inglaterra. Peter durante sua gestão à frente da Ford Foundation foi agente financiador de dois projetos envolvendo o CEAA: O Projeto Moçambique e o de formação de doutores negros especializados em relações raciais brasileiras.

Beatriz do Nascimento

Historiadora e roteirista, fundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF). O filme Ori de 1989 lheu deu fama especialmente por tê-lo narrado (além de roteirizado) onde é recurperado os percursos dos movimentos negros entre os anos de 1977 e 1988 cujo fio-condutor era sua concepção particular de quilombo. Cunhada de José Maria Pereira Nunes, seus textos eram debatidos nos encontros aos sábados.

José Ricardo d’Almeida

Como graduando em ciências sociais no IFCS foi um dos primeiros integrantes das reuniões que aconteciam nos anos iniciais do Afro em Ipanema, colaborando com cursos de formação e treinamento. Membro fundador do Sinba (Sociedade de Intercâmbio Brasil-África) e do IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras), tornou-se posteriormente mestre em relações étnico-raciais (CEFET) e doutorado em Comunicação (UFRJ).

Yedo Ferreira

Reconhecido como militante histórico do Movimento social negro, era um militante do PCB que durante o curso de matemática na UFRJ conheceu Zé Maria e a militância negra, este último o considerando um cofundador do Afro, mantendo uma frequência assidua com o passar dos anos. Foi um dos membros-fundadores do IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras), do SINBA (Sociedade de Intercâmbio África-Brasil) e acompanhou a criação do MNU (Movimento negro unificado). Foi um dos primeiros militantes brasileiros a trazer a pauta da Reparação histórica para a população negra.

José Maria Pereira Nunes

Sociólogo e criador do Centro de Estudos Afro-asiáticos em 1973. Professor Titular da Universidade Cândido Mendes e realizava a dupla função de lecionar para alunos e militantes do movimento social negro.

Dono de uma das maiores bibliotecas sobre a África contemporânea, transferida quase inteiramente para o Afro nos anos 70, fortalecendo-a ao idealizar a coleta de clippings sobre raça, racismo e África.

Estabeleceu uma ponte em relações diplomáticas entre os novos países africanos e o Brasil nas frentes política e econômica, recepcionando no CEAA adidos militares, diplomatas, ministros, e também auxiliando o investimento brasileiro privado nesses países. Além de pesquisador e professor, criou laços fraternos com importantes lideranças do movimento negro carioca como Yedo Ferreira, Amauri Mendes e Helena Theodoro.

Livio Sansone

Antropólogo, professor da UFBA, onde é pesquisador do Centro de Estudos Afro-orientais (CEAO). Foi diretor do CEAA durante os anos de 1996 e 2000, sendo o criador do projeto Fábrica de Ideias em 1999 e como editor da Revista de Estudos Afro-asiáticos elevou a sua qualificação ao máximo segundo a CAPES.

Foi Vice-diretor acadêmico em 1996 e Vice-diretor técnico-científico do CEAA entre 1997 e 2000. Fez parte do Conselho Editorial de 1996 a 2000, sendo Editor entre 2001 a 2003. Também compôs o Conselho de Redação entre 2001 e 2003.

Beluce Bellucci

Beluce Bellucci, Doutor em História Econômica pela USP; Licenciado em Desenvolvimento Econômico e Social pela Université de Paris 1 – Sorbonne, viveu por 13 anos no continente africano, particularmente em Moçambique, onde trabalhou no Banco Popular de Desenvolvimento, na coordenação do Projeto de Desenvolvimento Integrado de Cabo Delgado e Niassa, na coordenação de cursos na formação de profissionais do Ministério da Agricultura e posteriormente foi consultor do PNUD no Ministério da Cooperação. Viveu na Argélia antes das independências das colônias portuguesas em contatos com os movimentos de libertação. Na UCAM foi coordenador de África; vice-diretor executivo de CEAA; um dos criadores e primeiro diretor do Instituto de Humanidades, onde se integrou pela primeira vez os estudos africanos como disciplina obrigatória na grade curricular da graduação; foi pró-reitor de graduação e diretor de EaD.

Carlos Hasenbalg

Sociólogo argentino, um dos primeiros a aplicar o uso de métodos quantitativos nas ciências sociais brasileiras e ao assumir a direção do CEAA entre os anos de 1986 e 1991 montou o Laboratório de Pesquisa sobre Desigualdades Raciais. Treinou jovens doutores negros para o estudo das relações raciais no país. Também promoveu o concurso de Dotações sobre o Negro no Brasil de amplitude nacional que cujos arquivos compõem a biblioteca do Afro.

Jacques D’adesky

De origem congo-belga, é economista de formação. Chegou ao CEAA ainda nos anos de 1970 para apoiar a gestão de José Maria dada sua experiência na República Centro-Africana como funcionário da PNUD.

Sua presença no Afro visou fortalecer os laços entre o Centro e o continente africano via relações diplomáticas após a descolonização destes países. Foi Vice-diretor administrativo do CEAA (1984-1985) e membro do Conselho Editorial (1987-1993). Também foi o último diretor do CEAA, entre 2014 e 2016.

Candido Mendes de Almeida

Doutor em direito, cientista político, educador, polígrafo, membro da Academia Brasileira de Letras (Cadeira 35), terceiro Conde Mendes de Almeida (título criado e conferido pelo Vaticano), e Reitor da Universidade Candido Mendes.

Foi o principal responsável pela criação de instituições de pesquisa inovadoras no cenário das humanidades brasileiras, como o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e o Centro de Estudos Afro-Asiáticos.

Através de sua posição projetou o CEAA como espaço de diplomacia brasileira em relação ao continente africano, estabelecendo uma rede entre políticos, intelectuais, militares e militantes políticos dos dois lados do Atlântico.

Nanci Valadares de Carvalho

Doutora em Politics (Áreas: Teoria Política e Relações Internacionais) pela New York University. Foi professora titular do Instituto Universitário Pesquisas do Rio de Janeiro da Universidade Candido Mendes. Foi editora da Revista Estudos Afro-Asiáticos e diretora do Afro entre 2011 e 2013.

Rosana Heringer

Doutora em Sociologia (IUPERJ), é atualmente professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e dos cursos de graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FE/UFRJ). Foi diretora do Centro de Estudos Afro-Brasileiros (CEAB), entre 2002 e 2004.

Osmundo Pinho

Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2003). Atualmente é professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, campus de Cachoeira. Foi Diretor do Centro de Estudos Afro-Brasileiros (CEAB), criado a partir do Programa de Estudos Afro-Brasileiros do CEAA, entre 2004 e 2005.