Em 1980, o programa de pesquisa contava com oito projetos, integrados em duas linhas: relações internacionais e estudos africanos. Ênfase nas relações do Brasil com África e seu impacto na sociedade brasileira e na população negra. Eis os projetos:
Estudo exploratório dos diversos fatores, internos e externos, que molduram a crise namibiana no quadro específico de um colonialismo africano (dominação pela África do Sul). Levantamento de hipóteses sobre as alternativas possíveis de superação desta crise na perspectiva da independência nacional.
Barcelos, L. C. e Machado, E. A. no prelo. “Relações Raciais entre Universitários no Rio de Janeiro”. Estudos Afro-Asiáticos.
Trabalho apresentado no XXIV Encontro Anual da ANPOCS, 2000.
Barcelos, L. C. 1999. “Aspectos da Realização Educacional de Negros e Brancos no Ensino Superior no Brasil”.
Programa China, Ásia, Pacífico.
O programa coordenado pelo Prof. Severino Cabral integrou pesquisas e estudos sobre a China Continental (incluindo Taiwan, Hong Kong e Macau), Japão, península da Coréia e países do Sudeste da Ásia (ASEAN). O objetivo era estudar os problemas históricos, culturais e civilizacionais da Ásia Oriental, criando um campo de conhecimento que estimulasse a formação de sinologistas. O CEAA mantinha acordos de cooperação com instituições como a Academia Chinesa de Ciências Sociais e a Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai.
Seminários Internos.
Entre outubro e dezembro, ocorreram seminários com Rosana Heringer ("Estratégias de combate às desigualdades raciais no Brasil") , Livio Sansone e Carlos Nobre ("Os Sargentos Negros do Batalhão de Copacabana") , José Maurício Arruti ("Etnias Federais: O Processo de Identificação entre Remanescentes de Quilombos") , Simone Silva ("Embranquecimento da Imagem de Machado de Assis") e Elyelma Machado ("Assimilação e segredo: um estudo sobre relações raciais em universidades").
Summer School (UCAM/CEAB/UC BERKELEY).
Em 2001 e 2002, o Departamento de Estudos Afro-brasileiros organizou um curso de férias para estudantes da Universidade da Califórnia, campus de Berkeley, que recebiam bolsas para assistir às aulas na Universidade Cândido Mendes.
Consultoria ao Centro de Estudos e Ações Culturais e de Cidadania (CEACC).
O CEAB prestou consultoria para a realização de um diagnóstico sobre a situação de crianças e adolescentes na Cidade de Deus (2002-2003).
Seminários Internos.
Contaram com apresentações de Alain Pascal Kally ("Talibé /Meninos De Rua Em Dacar E Meninos De Rua Em Salvador") , Dominique Vidal (“Sentimentos Sociais e Justiça”) , Osmundo de Araujo Pinho (“A Formação do Vínculo Raça e Classe em Salvador”) e Laura Moutinho (“‘Cor’do Desejo no Mercado Afetivo-Sexual Carioca”).
Seminários Internos.
Contaram com apresentações de Mónica Treviño González ("Raça, hegemonia, mobilização: quais os papeis do estado e da sociedade civil?") , José Luis Petruccelli (“Classificação étnico-racial e políticas de ação afirmativa”) e Moema de Poli Teixeira (“Negros Egressos da Universidade Federal Fluminense (1995-2002)”).
Laboratório de Pesquisas sobre Desigualdades Raciais no Brasil
Segundo informações disponíveis na Revista n. 23, de dezembro de 1992, o laboratório era um “programa de treinamento de pesquisadores [que] objetivou fazer um diagnóstico do desempenho socioeconômico dos grupos raciais por ocasião do centenário da Abolição”, utilizando, como principal indicador para as análises, “sobretudo os dados da PNAD de 1987 que foram publicados no volume Cor da população”.
Os pesquisadores que compunham o laboratório eram: Nelson do Valle Silva; Maria Celi Ramos da Cruz Scalon; Luiz Claudio Barcelos; Marta Aimée Rangel Batista e Olívia Maria Rodrigues Galvão; Denise Ferreira da Silva e Márcia Lima. Orientados por Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle e Silva, o objetivo dos pesquisadores no laboratório era realizar um diagnóstico do desempenho socioeconômico dos grupos raciais por ocasião do centenário da abolição, utilizando dados sobretudo do PNAD de 1987.
Relações Raciais no Brasil contemporâneo
Grupo de Estudos coordenado por Rosana Heringer, tendo como principais linhas de pesquisa os temas: Modernidade, Agência Afrodescendente e Anti-Racista no Rio de Janeiro. O objetivo do laboratório era promover a produção de reflexão e análise sobre o contexto das relações raciais no Brasil, com ênfase no Estado do Rio de Janeiro, abordando as desigualdades entre brancos e negros em diferentes aspectos da vida social, assim como as iniciativas públicas e privadas visando a promoção da igualdade e temas relacionados à cultura negra e identidade étnica no Brasil.
Grupo de Estudos "Raça e Gênero"
Em 2004, o Centro de Estudos Afro-Brasileiros (CEAB) promoveu a segunda edição do Grupo de Estudos "Raça e Gênero", como um desdobramento do projeto de pesquisa “Homem com h: Articulando Subalternidades Masculinas” (Saiba mais). Coordenado pelo antropólogo Osmundo Pinho e com apoio do CNPq, o grupo realizou encontros quinzenais para discutir textos sobre as inter relações de raça e gênero no Brasil. As reuniões eram abertas a estudantes e militantes, que participavam através de leituras e apresentação de seminários para obter certificação.
O CEAA criou em 1996 o primeiro curso de pós-graduação lato sensu em História da África do Brasil, destinado a professores, pesquisadores e ativistas sociais, visando atualizar e especializar profissionais das Ciências Humanas em temas, metodologias e teorias da história africana e afro-brasileira. Ao longo de sua história capacitou centenas de militantes, bacharéis e docentes a ministrar cursos introdutórios de História da África e a incluir conteúdos sobre África e afro-brasileiros no currículo escolar. Esse pioneirismo supriu a lacuna de formação docente, estimulou a pesquisa em áreas africanas e antecipou a implementação da Lei 10.639/2003, consolidando o reconhecimento institucional e a valorização do patrimônio histórico africano no Brasil.
Voltado aos estudos étnico-raciais, contava com a participação de docentes e estudantes de diferentes partes do Brasil. Baseava-se no intercâmbio acadêmico, com atividades de pesquisa, palestras e ofertas de disciplinas sobre relações raciais tanto para graduandos quanto para pós-graduandos.
Fábrica de Ideias, realizado sob a coordenação do Prof. Livio Sansone, o curso se estabeleceu como uma medida de ação afirmativa por cor e classe na pós-graduação. Seu intuito era promover a internacionalização do debate sobre as relações raciais através do convite à intelectuais pesquisadores estrangeiros renomados que vinham para o Brasil oferecer cursos para alunos, prevalentemente e não exclusivamente negros e de universidades distantes dos eixos centrais da academia brasileira, focando em alunos que tinham menos chance de trânsito e intercâmbio.
Rua da Assembléia, 10, 3º Andar, Sala 319,
Centro, Rio de Janeiro / RJ • CEP: 20011-901
Este Projeto foi financiado pela FAPERJ, por meio do Edital 29/2021, Apoio aos Programas e Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu do Estado do Rio de Janeiro (Processo E-26/210.966/2021), e do Edital 28/2021, Programa de Apoio a Projetos Temáticos no Rio de Janeiro (Processo E-26/211.317/2021).
Em novembro de 1977, a Casa do Brasil da Fondation Léopold Sédar Senghor organizou um Ciclo de Conferências no Rio de Janeiro. Em 28/11/1977, ocorreu uma palestra com o tema “Os estudos africanos no Brasil e EUA”, ministrada pelos Profs. Michael Turner (Holy Cross University/Fundação Ford) e José Maria Nunes Pereira (CEAA/UCAM), na sede do CEAA, à época na Rua Visconde de Pirajá, 351.
A Casa do Brasil da Fondation Léopold Sédar Senghor foi criada no final de 1976, e tem como objetivos “o estudo da culbura negro-africana no Brasil e das relações afro-brasileiras”. Além disso, a filial brasileira da fundação recebeu bolsas de pós-graduação para professores brasileiros estudarem no continente africano. A fundação foi fundada em 1974, em Dakar, e funcionava por uma cooperação entre 8 países africanos, com o objetivo de rememorar o legado do grande presidente senegalês, Leopold Senghor, um grande intelectual e político que dedicou sua vida para trabalhar com o conceito de negritude – junto à Aimé Césaire – e na luta pela paz no continente africano.